Oie leitores, trago hoje uma resenha, vamos falar um pouco sobre um trabalho da autora Leslie Wolfe, “A Cirurgiã”.
A história trata de Anne Wiley, uma médica cardiotorácica bem sucedida, com um aparente bom casamento, família amorosa, que há 12 anos não perde um paciente nas mesas cirúrgicas, até o dia em que chega uma pessoa, mas não qualquer pessoa, e sim uma que ela odiava, que morre em suas mãos na cirurgia.
Caleb Donaghy era o nome do homem, e ela teve a chance de tentar ressuscitá-lo mais uma vez, mas não fez isso.
Paula Fuselier, promotora da procuradoria-geral da justiça, tem um motivo forte para querer condená-la por essa morte, apesar de não ser por motivos profissionais, e não ser da família ou círculo social do falecido paciente.
Derreck Bourke, marido de Anne e advogado criminalista, está concorrendo à campanha de prefeito, na qual a vida pública é muito importante para ele, porém, ele tem um segredo que não contou à esposa.
E a falecida irmã de Anne, Melanie Wiley, se encontrou com Caleb Donaghy antes de ir.
O que eu vi muito nesse livro foram duas personalidades femininas muito fortes, por isso que se torna interessante. Porque apesar de Anne ter deixado o paciente morrer, a Paula não tinha provas ainda, mas mesmo assim a acusava, como se a odiasse por algum motivo.
A história é um suspense, então o leitor fica ansioso para saber o que vai acontecer logo em seguida. Se a médica realmente fez algo e se vai ser descoberta, se a promotora vai conseguir condená-la e ficar com o algo que a médica possui, o que exatamente aconteceu com Melanie, qual é o passado de Caleb Donaghy.
Ao longo da história, a pessoa começa a desconfiar de praticamente todos os personagens, começa a excluir algumas opções por achar que elas não saberiam, mas depois volta a considerar por um ponto X do enredo.
Boa parte da trama se concentra em saber quem foi a pessoa que fez a ligação para a procuradoria para denunciar a morte de Caleb Donaghy. Anne Wiley tem sua suspeita, mas não consegue ter absoluta certeza, e fica nessa tentativa de descobrir as pessoas que talvez tivessem algo contra ela e acabassem entregando-a.
O ódio que Paula Fuselier tinha contra Anne Wiley, por causa de Derreck, a fez tentar a qualquer custo condená-la pela morte de Caleb Donaghy. Mas o leitor se pergunta de uma amante faria realmente tudo isso por um homem, se somente Derreck era o motivo que ela tinha para acabar com tudo que Anne tinha, ou se poderia ter mais algo envolvido, fica essa dúvida também, principalmente por causa das reações e sentimentos exagerados que Paula tinha.
A história menciona em breves momentos algumas desigualdades sociais e antieticidade que vemos bastante nos dias atuais. Com relação ao machismo, racismo e a falta de ética que move certos profissionais do meio jurídico muitas vezes. Não é o foco da trama, mas dá para perceber certas críticas sociais nesses trechos.
Além disso, acho importantíssimo falar que o livro menciona assuntos delicados, gatilhos para algumas pessoas possivelmente. Pois menciona violências e abusos contra crianças. É um livro que envolve muitos crimes, então para pessoas sensíveis ou que não gostam desse tipo de narrativa por qualquer razão que seja, acredito que o recomendado é que não o leiam.
O livro passa a mostrar como a mente de uma pessoa acusada de um crime grave começa a ficar paranoica. Anne começa a imaginar situações, que a qualquer momento alguém vai vir prendê-la, ou acusá-la, barulhos de sirene a fazem estremecer, tem medo de falar com as pessoas por ter escutas nos locais ou nelas. Por isso, o suspense psicológico é bem produzido.
Anne começa a se perguntar o motivo de o coração do paciente não ter voltado a bater quando deveria, como se algo estivesse errado ou alguém tivesse feito algo com Caleb Monaghy que Anne não sabia.
Surge uma dúvida, talvez Anne não tenha matado realmente ele, talvez a morte não pudesse ter sido evitada, ou talvez pudesse, ou talvez alguém tenha feito isso para sabotá-la, ou não, muitos questionamentos começam a surgir. O leitor fica tão curioso quanto ela, querendo que ela descubra algo logo.
Um dia, Paula decide enfrentar Anne em sua sala no hospital, Anne descobre algo sobre Paula que sequer Derreck sabia, algo que a faz entender seu ódio por ela. O leitor acaba entendendo o motivo da escolha dela de ser promotora e querer tanto defender os indefesos, e por ter feito tudo que fez até agora.
Em seguida, algo inesperado com Paula acontece que a coloca em risco, inclusive, acho que sou uma das poucas pessoas que não esperava que isso fosse acontecer com ela.
Anne descobre quem Paula realmente é, e quem aquele que chamou de marido por 14 anos realmente é. Derreck não mediu esforços para conseguir o que queria, se tornar o prefeito da cidade, e afinal, as aparências importam muito, mesmo que para isso você tenha que passar por cima de muita gente. (Leve crítica ao meio político)
A história talvez tivesse um final feliz, ou ao menos meio termo… ou será que não?
Será que todos saem ganhando ou não? Só alguns talvez? Ou ninguém?
Minha conclusão e opinião sobre o livro é que ele não responde muitas perguntas, então é bem aberto, fica um espaço para muitas teorias do que pode ter acontecido com relação a muitos personagens, mas acredito que seja a intenção da autora mesmo.
Algo é perceptível, é uma trama fluida, que te dá vontade de saber o que vai acontecer na próxima página. O desenrolar da história é interessante, principalmente quando as duas se encontram, são os momentos mais tensos.
O final do livro me pegou de surpresa, definitivamente não esperava esse final, mas, apesar disso, eu gostei, acho que justamente por ter me iludido. (haha) Fiquei chateada sim, mas só de primeira, depois do impacto, acabei gostando.
Leslie Wolfe fez um trabalho ótimo, com escrita que te faz seguir o enredo da história sem dificuldade, vale a pena ter a experiência de lê-lo!
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